terça-feira, 1 de junho de 2010

A Vinha

De Fevereiro a Março metia-se Bacelo, que podia ser de 3 maneiras:

Rabazoiro – Grupo de 4 pessoas que trabalhavam em diagonal (para não se cortarem).

Cada um dava 2 enxadadas de lado da fundura da cintura.

Nesga - Um homem para cada duas enxadadas. Trabalhava uma e deixava outra.

Uma mais funda para o Bacelo e outra para o vão.

Também trabalhavam em diagonal.

Manta – a terra era trabalhada toda à fundura, aqui, trabalhando já os homens lado a lado.

O Bacelo era metido pelos homens sendo a terra “apintalhada” (marcar com estacas, pintalhas, para delimitar o terreno), marcada com a ajuda de umas correntes.

Enxertia – De Fevereiro a Março, só alguns homens é que sabiam fazer este trabalho.

O processo é o mesmo que se usa hoje. Vêm atrás homens e mulheres a arrasar a enxertia.

Poda – (Poda à primeira vista, de Novembro a Fevereiro – 1º ano. À segunda vista – 2º ano). Consiste em tirar os “ladrões” (tirar rebentos prejudiciais às plantas) e deixar os talões com dois ou três olhos (poda em, redondo).

Dantes, quase todos os homens podavam.

Cava – consiste em cavar o vão todo com uma enxadada funda, ficando a erva toda para baixo.

Raspar – trabalho de homens e mulheres que endireitavam a terra e tiravam as ervas.

Cura – de Abril a Junho, pulverizava – se a cepa com sulfato de cobre, cal e agua, utilizando os pulverizadores ou como em linguagem local eram conhecidos pelos “ improvisadores”

Depois desta tarefa utilizava – se o enxofre puro.

O número de curas dependia dos anos e das doenças da vinha.

Este trabalho era feito por homens.

Durante o dia, enquanto duravam estes trabalhos da cura, ouvia-se de vez em quando, as vozes dos homens, pedindo agua aos seus ajudantes. Então a voz era sonora, aguda, utilizando-se a palavra de maneira a ficar mais fácil para ser gritada.

Acentuavam a palavra na primeira letra e depois saia o grito: Áaaaaaaaaauuuga.

Sem comentários:

Enviar um comentário