
Fins de Agosto até Outubro.
Para a vindima vinham trabalhadores de fora, porque o pessoal da terra não chegava para este trabalho.
Chamavam aos que vinham até Almeirim e arredores, de caramelos, ratinhos, gaibéus ou barrões.
Ao sol quente todo o dia era vindima, para cortar o cacho apetitoso que seria depois transportado para os lagares, em carros de bois, carroças, ou em burros com canastras.
As uvas eram descarregadas no lagar com forquilhas, para depois se começar a tarefa do fabrico do vinho.
Os homens pisavam as uvas com os pés, num compasso cadenciado e ritmado dos corpos.
Depois de 24 horas levantava-se a Balsa/Massa e com a ajuda do pesa-mosto, via-se se o vinho estava a 0 graus.
Em seguida, este era retirado para a pia do lagar e deste para o depósito ou tonel.
A massa que restava, voltava a ser repisada, a fim de se obter a água-pé, trabalho este feito pelos homens que cantavam e tocavam gaita de beiços para acelerar o trabalho e dar um certo compasso ao ritmo do mesmo.
Depois, ia à prensa para fazer nova água-pé.
A massa que saía debaixo da prensa era salgada e guardada para a alimentação dos bois.
Outra parte era seca, depois crivada para retirar as grainhas que eram moídas, para daí, ser feita farinha para alimentação dos porcos e outros animais.
A vindima terminava com uma festa em que se deitavam foguetes.
As mulheres faziam a bandeira da adiafa que ofereciam aos patrões e estes, em troca, ofereciam a FESTA ou um dia de abono.
Era a Festa da Adiafa que enchia os corações de alegria.
Cantava-se e dançava-se até muito tarde
O patrão oferecia um jantar tradicional que ajudava a festa e que entrava pela noite dentro.Foi na Quinta da Alorna que se registou uma dança de adiafa, chamada “Lá vem a Raínha”, de melodia e compasso de dança simples, em que se retrata esse momento de grande significado para todos os trabalhadores, principalmente as mulheres que viviam este momento com grande devoção e sentimento.
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